Momento de Alfabetização

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Projeto: A Arte de Contar Histórias


               A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS

Professora Margareth Souza Campos da Rede Municipal de Uberlândia

com formação em Letras - Português/Inglês/Francês

“O ambiente é essencial para despertar na criança o gosto pela leitura.”

Resumo: 

     Este projeto tem como finalidade fazer com que as pessoas e profissionais da educação aprendam a contar histórias de um jeito mais divertido. Para que as histórias contadas fiquem mais alegres prendendo a atenção das crianças, bem como dos adultos.

Público alvo: 

    Professores, crianças e adultos que queiram aprimorar sua capacidade de contar histórias,usando criatividade, imaginação, dramatização, linguagem, reprodução e até mesmo a música como recursos.



Metodologia

        Ao contar histórias, a professora deve vivê-las, procurar prender a atenção das crianças, deixa-las mais próximas de si e permitir que vejam as ilustrações, ter boa linguagem. Todos esses aspectos devem ser observados, para conseguir narrar bem uma história e ter um auditório atento e curioso. É interessante usar materiais diversos para caracterizar um personagem, à medida que a história é contada e  utilizar de recursos visuais, como máscaras, fantasias, fantoches, etc. A questão do cenário, os recursos sonoros e visuais e de como o narrador deve vivenciar o enredo, enriquece a história de maneira expressiva e interage com o ouvinte/aluno.

        A história é o alimento do imaginário que provoca a fantasia e o sonho, além de possibilitar o trânsito entre a fantasia e a realidade. Sendo assim, desenvolve habilidades artísticas, a capacidade de dar seqüência lógica dos fatos e a linguagem oral e escrita, ampliando o vocabulário. Além disso, desenvolve o senso crítico, desperta o gosto da leitura e educa a atenção da criança. É na infância que se formam as principais atitudes fundamentais diante da leitura.

Os professores e professoras deveriam proporcionar às crianças momentos constantes de contato prazeroso com a literatura, diante de leitura de histórias, contos de fada, gibis e livros, bem como leitura e escrita de bilhetes, cartas, exposição dos nomes, músicas e receitas.

Esses momentos fazem com que os alunos desenvolvam a cognição, a imaginação, a produção da escrita. Os profissionais da educação devem ser ótimos contadores de histórias e, ter qualidades pessoais, como, simplicidade, otimismo, graça, honestidade, equilíbrio, bom humor e calor humano, precisam ainda para cumprir bem sua missão, possuir boa dose de cultura e certa grandeza de caráter para ter uma visão ampla dos problemas da vida e da educação e interpretar corretamente os fatos que ocorrem em sua comunidade, no país e no mundo.

Metodologia

Ao contar histórias devemos vivê-las, procurando prender a atenção dos ouvintes, deixando-os mais próximos de si e permitir que vejam as ilustrações e ter boa linguagem. Todos esses aspectos devem ser observados pelo contador de história para assim conseguir narrar bem uma história e ter um auditório atento e curioso.

Para se contar bem uma história devemos:

  * Conhecer bem a história

  * Planejar antes de contá-la

  * Evitar ênfase em detalhes simples

        * Contar com naturalidade

  * Mostrar entusiasmos ao contá-la

  * Evitar o uso de muitos “e” “ou” “então”

  * Encarar seus ouvintes

  * Não interromper

Nos últimos anos, a arte de contar histórias vem sendo retomada não apenas por terapeutas e educadores, mas por pessoas de todas as formações, de várias camadas da sociedade, que se reúnem para partilhar sabedoria, afeto e energia através das narrativas. Para fazê-lo, não há regras: o melhor é usar o coração e a intuição, além da experiência que só se adquire através do tempo. No entanto, uma discussão acerca do que significa contar histórias e do que é necessário para isso pode nos levar a alguns pontos interessantes.

Em primeiro lugar, é preciso saber que contar histórias é uma arte popular. Uma aproximação excessivamente acadêmica e/ou sofisticada pode esvaziar o conteúdo emocional da narrativa, deixando o público pouco à vontade.

Da mesma forma, deve-se ter em mente que, embora o ato de contar histórias possa se inserir numa proposta terapêutica ou num projeto pedagógico, não se pode agir de forma mecânica, apenas para cumprir um dever ou para ensinar o que quer seja, de regras gramaticais a valores doutrinários.

“As histórias devem ser contadas por e com prazer.”

Familiaridade com as histórias também são importantes. Ao narrar um conto maravilhoso, por exemplo, é muito mais importante conhecer e ser capaz de visualizar o cenário em que ele se desenvolve do que saber as palavras exatas.

Saber de onde vem a versão que se está narrando é bom, mas melhor ainda é saber trabalhar, criativamente, com os elementos fornecidos pela narrativa, e ser capaz de levar o público a se identificar e se interessar por ela.

A escolha do repertório é fundamental para um contador de histórias. Segundo SAWYER, mesmo os contadores mais experientes encontram dificuldades com alguns textos e mais facilidade com outros, sugerindo que se trabalhe com três tipos básicos de material: literatura popular (onde se incluem os contos de fadas), contos literários e trechos de livros (SAWYER, 1990, p.153). Para ela, a literatura popular é a mais fácil de trabalhar, pois tem uma linguagem universal e uma estrutura narrativa simples. A opinião é partilhada por RIBEIRO, segundo o qual “por mais que os requintes e lançamentos literários sofram um constante aperfeiçoamento (...) a literatura infanto-juvenil continuará tendo a sua faceta mais atraente na literatura tradição oral e mais propriamente nos contos de fadas”  (RIBEIRO, 2002, p.14-15).

Mesmo para um público de adultos (ou misto) essas histórias jamais perdem o seu encanto, sendo no entanto aconselhável que o narrador a estude previamente, conhecendo-a bem, a fim de ser capaz de transmitir todas as nuances contidas em cada trecho e em cada elementos da narrativa.

E preciso esclarecer que existem diferenças entre contar, ler é representar histórias, embora todas elas envolvam uma preparação e uma performance mais ou menos elaborada.

A forma como se vai trabalhar depende de nossos gostos, de nosso estilo, de nossos objetivos... e, antes de tudo, de nossa sensibilidade. De qualquer forma, o narrador se beneficiará do domínio de algumas técnicas de voz e expressão corporal, bem como – mais uma vez – do conhecimento profundo da história e dos personagens.

A sutileza é sempre preferível ao exagero. “O Lobo Mau não precisa falar grosso para demonstrar sua ferocidade (...). O que podemos carregar do teatro é justamente intenção que carrega um ritmo preciso” ( BUSATTO,2003, p.76).

A partir daí tudo se torna uma questão de tempo, de paciência de experimentação e, por que não dizer, de ousadia por parte do narrador, que ira acertar e errar muitas vezes ao longo de sua trajetória.

“Contar Histórias não é um Ato apenas Intelectual, mas  Espiritual e Afetivo”.

Por isso, as melhores histórias são as que contamos espontaneamente, a partir do que carregamos em nossa bagagem de cultura e de experiências de vida. Independente de qualquer sentido, contar histórias pressupõe antes de tudo a vontade de falar do que se sabe, de doar sabedoria e conhecimento, de aumentar o círculo. Partilhando nossas histórias, lançamos fios invisíveis que nos unem numa só rede.

Contos – são histórias inventadas por alguém. Existem também os contos tradicionais que são aquelas histórias que ninguém sabe de certo quem inventou e que são transmitidas de geração em geração e muitas vezes ficam conhecidas por algum autor que criou a sua versão da história e a reinventou.

Fábulas são pequenas histórias escritas para transmitir algum ensinamento de vida. De repente percebemos que as pessoas pararam de contar histórias, os profissionais porque tem que cumprir o programa e contar histórias passou a ser perda de tempo. Os pais e familiares também trocaram o tempo de contar histórias pela “TV”, “DVD”, vídeo game, internet e tantas outras coisas e com isso as famílias não tem mais tempo para conversar um pouco, para contar histórias que deveriam ser passar de geração em geração.

“Sabe-se que contar histórias é a mais antiga e, paradoxalmente, a mais moderna forma de comunicação. Uma história pode se tornar o foco de uma conversa e, suas imagens, uma maneira segura de tratar assuntos desconfortáveis.“

No entanto busco em meu projeto de Contação de Histórias; não direcionar a leitura apenas para a contação de histórias pois, acredito que um bom leitor é aquele que sabe reconhecer vários tipos de textos pois é necessário que o ser humano leia por vários motivos como:

      Ler por prazer;  Ler para adquirir novos conhecimentos; Ler para ter informações importantes do dia a dia como é a leitura de jornal; Ler para responder um questionário, ou para interpretar um texto.

    Enfim existem muitas maneiras e porquês de se ler. Então começamos nosso trabalho pela Contação de História e as pessoas mesmas começaram a buscar outros tipos de leitura. Fazendo escolhas de acordo com nossa platéia.

Atividades realizadas em nosso projeto.

      Histórias variadas como: Pinóquio, Branca de Neve e os Sete Anões, Os bananas, Tarzan, Minhoca, Alladim, Chapeuzinho Vermelho, entre muitas outras também são representadas pelos alunos, onde eles têm um espaço para se transformar nos seus personagens.Textos e músicas de Vinicius de Moraes, Cantigas de roda e Parlendas, Poemas de Cecília Meireles: esses são trabalhados nos cadernos de leitura e em cartazes que são feitos em grupo ou individual.

Livro “ Minhas histórias preferidas” ou envelope literário:

O aluno escolhe a história lida por ele, ou contada por outras pessoas e a reconta com suas palavras da forma que ele entendeu sendo que; isso pode ser feito através de desenhos ou da escrita.

Para contar boas histórias devemos:

1.  Buscar um espaço aconchegante que estimule a imaginação, pode ser debaixo de uma árvore, numa biblioteca, etc.

2.  Ter uma mala ou um baú cheio de objetos que poderão ser seus coadjuvantes, fantoches, chapéus, sinos, alguns instrumentos musicais simples como um tambor, pau-de-chuva, gaita, flauta.

3.  Que tal vestir-se de forma diferente na hora do conto?

  4.   Existem alguns itens que são essenciais:

A escolha do conto

- Em primeiro lugar não é só aquilo que chamamos tradicionalmente de conto, mas também capítulos de novelas, trechos de romance, fábulas, mitos, lendas e até mesmo algumas crônicas são contáveis. O essencial é que tenham uma linguagem clara e sejam estruturados de maneira a serem entendidos quando contados em voz alta estar atento para aqueles textos que realmente os motivam, despertando interesse especial para contá-los.

A linguagem

- Durante o período da escolha do conto, não se pode perder de vista o fato de que ele foi escrito inicialmente para ser lido. Caberá ao contador avaliar se ele poderá também ser entendido enquanto falado ou contado em voz alta. A linguagem deve ser clara e não muito rebuscada a ponto de roubar a naturalidade do contador .

Quando está sendo contado devem-se evitar as chamadas muletas de linguagens-palavras ou expressões que se repetem sem necessidade e que, muitas vezes denunciam a insegurança do contador com relação ao texto ao mesmo tempo que pode empobrecer a narração.

A Mensagem

- Objetivo primeiro da narração de histórias é estético, ou seja, deve-se buscar antes de mais nada, a beleza da palavra falada, o prazer em se contar e ouvir uma história. Entretanto sabe-se que todo conto traz em si, de maneira mais ou menos explícita, alguma mensagem.

A preparação do conto

Para preparar um conto vários recursos podem ser utilizados:

A análise: Pode ser um recurso valioso no início do preparo. Histórias que são estruturadas linearmente com introduções, desenvolvimento ou enredo, climas e desenlace, são mais facilmente entendidos pela platéia.

A visualização das imagens

Todo texto ao ser lido suscita no leitor algum tipo de imagem ou seqüência de imagens. O contador de histórias se beneficiará se adotar como hábito o exercício consciente da visualização de imagens sempre que for ler o texto. A partir da primeira leitura isso já pode ser praticado. A visualização da imagem facilita a memorização do texto.

A disciplina na repetição

No processo de montagem do conto, a repetição se faz necessária muitas e muitas vezes até que o conto flua facilmente e possibilite então trabalhar alguns outros aspectos, como o olhar, a voz, os gestos. Essa etapa do treinamento é ainda solitária e de preferência deve ser feita já em voz alta num ambiente propício que nos deixe à vontade o bastante para errar e repetir. 

A narração propriamente dita

         A naturalidade – É uma característica básica que deve ir de mãos dadas com a capacidade. Mesmo os trechos mais absurdos de um conto, devem ser contados com tal naturalidade, como se realmente o narrador acreditasse no que conta.

        O olhar- Em se tratando de platéias menores, em ambientes mais intimistas, o contador não pode prescindir de trabalhar o seu olhar durante a narração. Ele deve se preocupar em oferecer o conto a toda platéia e aqui e ali olhar nos olhos de um e de outro. O que deve ser evitado é aquele olhar não intencional sem direção, ou aquele olhar perdido, às vezes voltado para si mesmo.

      Ritmo- A voz é um recurso por excelência do contador, o conto é para fazer acordar e não dormir. Ficar atento à entonação, pois ela é o colorido da voz que imprimirá a emoção ao texto.

     Expressão- Conhecer o próprio rosto e corpo as expressões que definem sentimentos, gestos, ocupação de espaço usar mãos braços, o jeito de se deslocar no espaço.

      Poder- Está na capacidade de seduzir o ouvinte, de prender sua atenção, de encantá-lo. É a capacidade de conduzir o outro ao imaginário e para isto é necessário que haja prazer.  

O contador precisa sentir prazer ao contar. Se não há prazer, o conto não acontece.

         Improvisação- Para o contador improvisar é deixar acontecer em casa, sem nenhuma preparação prévia, uma criação pessoal que tenha qualidade como se fizesse parte do “script”. A primeira exigência da improvisação é a de sentir e agir de acordo com o momento. A técnica vem espontaneamente.

      E quanto à platéia? Reúna as crianças. 

   Para crianças pequeninas de 0 a 6 anos por ser uma fase mágica, escolha histórias de bichinhos, brinquedos, objetos, seres de natureza “humanizados”, histórias de crianças, de repetição e acumulativas (Dona Baratinha, A formiguinha e a Neve, Histórias de fadas.)

    Para as de 7 anos escolha história de crianças, animais e encantamento, aventuras, ambiente próximo: família comunidade, histórias de fadas e escolares.

       Para as de 8 anos histórias de fadas com enredo mais elaborado, histórias humorísticas.

         Para as de 9 anos histórias de fadas vinculadas à realidade.

      Para as de 10 anos em diante, aventuras narrativas de viagens, explorações, invenções, fábulas mitos e lendas.

Não esqueça os adultos, principalmente aqueles, que como diz Rubem Alves compreendem que história não e só para se divertir, pois, acreditam que ela tem  poder de transfigurar o cotidiano. Adultos que têm dentro de si uma criança que com certeza têm medo da solidão.

Faça de sua vida uma obra de arte pois, através da Contação de Histórias você pode mudar e resgatar não só sonhos mais resgatar vidas.

Entrou por uma porta saiu pela outra, quem quiser que conte outra......



 



 



 



 



 



 

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