Gêneros orais Leitura com prazer | ||
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Letramento e leitura da literatura
1-
ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR:
Ainda
é possível, no mundo de hoje, que as pessoas possam ter interesse pelos contos
da tradição oral. Os contos têm um significado profundo para a mente infantil,
pois sabemos que as histórias de fadas, príncipes e princesas, bruxas, magos,
madrastas, duendes e animais que voam, falam, etc., exercem um fascínio nas
crianças. Muitas vezes, nós mesmos, adultos, sentimos esse encantamento que os
contos oferecem e nem sempre sabemos explicar o porquê.
Aliando
essas preocupações com a emergência dos múltiplos valores que a literatura
infantil encerra, é importante revitalizar a capacidade de fabular, mergulhar
na atmosfera do fantasioso, para melhor compreender as próprias lembranças de
histórias contadas, ouvidas e lidas em nossa infância. Sobretudo por
acreditarmos que, recuperando o passado, compreendendo-o, é possível escrever
uma outra história, mais conscientemente vivida e pensada. Assim, articulando
expressão oral e escrita poderemos perceber que o desenvolvimento da linguagem
escrita na criança está na dependência direta da maior ou menor presença, em
sua vida cotidiana, de práticas de leitura e escrita, e também dos modos de
inserção dessa criança nas práticas discursivas orais. Vamos nos centrar na
literatura e, mais especificamente, nas narrativas da tradição, pois sabemos
que, na relação adulto/criança, é grande a força do jogo de contar histórias,
especialmente as histórias oriundas da tradição originalmente oral, já que
estão presentes na vida cotidiana das crianças, seja em relatos feitos pela
família, seja em relatos feitos por professoras, a partir da entrada na
Educação Infantil. Essas narrativas populares nos ajudam a compreender que tipo
de sociedade nós queremos, o tipo de cidadão que queremos formar nas futuras
gerações. Bem trabalhados em todos os seus aspectos, essas narrativas
fantásticas podem exercer o seu fascínio tanto na mente das crianças quanto na
dos adultos, concorrendo assim, com meios de comunicação mais modernos e
sofisticados.
2-
Objetivos:
- Realizar atividades capazes de promover a estreita articulação entre expressão oral e escrita.
- Desenvolver atividades voltadas para a cultura dos vários povos.
- Desenvolver a oralidade, a criatividade e a imaginação.
- Aumentar o nível de letramento por meio de leituras prazerosas.
- Melhorar significativamente a oralidade dos alunos.
- Resgatar o mundo dos avós.
- Criar oportunidades de (re)simbolizar um tempo aparentemente esquecido na memória.
- Realizar atividades voltadas para a inter-textualidade.
- Criar situações voltadas para a dramatização e pequenos teatros.
- Desenvolver dinâmicas voltadas para a contextualização de questões sociais, econômicas e culturais contemporâneas.
- Despertar o gosto pela leitura.
- Desenvolver atitudes e disposições favoráveis à leitura.
- Identificar diferentes gêneros textuais.
- Antecipar conteúdos de textos a serem lidos, a partir do suporte, do gênero, da contextualização e de conhecimentos prévios sobre o tema.
- Trabalhar alguns gêneros textuais como o resumo e a resenha descritiva e explorar o suporte textual.
- Relacionar os textos lidos a outros textos, orais e escritos.
- Desenvolver habilidades voltadas para leitura de imagens.
- Estabelecer semelhanças e diferenças entre os gêneros textuais estudados, principalmente no que se refere aos contos e fábulas.
·
Rever e discutir os valores éticos a partir de fábulas, dos
contos de fadas, dos contos maravilhosos, dos contos populares.
·
Criar
situações em que essa literatura possa contribuir para a abertura de um canal
profundo de diálogo, visando a consequente emancipação da
personalidade
dessas crianças, proporcionando-lhes conhecer melhor seus
próprios
sentimentos e impulsos e, na medida em que se desenvolvem como
pessoas,
trabalhá-los.
3-
Sugestão de atividades:
- Tempo previsto: 20 horas
- Materiais necessários:
v Conto “Um avô e seu neto” – Roseana
Murray.
v Fábulas: “A cigarra e a Formiga” de
La Fontaine, “A cigarra e as formigas”: I – A formiga boa e II – A formiga má
de Monteiro Lobato.
v Apólogos, parábolas, mitos, lendas,
sagas, contos jocosos (populares).
v Contos de fadas: A Bela Adormecida, A
Bela e a Fera, Rapunzel, Cinderela, Branca de Neve, entre outros.
v Contos Maravilhosos: O gato de Botas,
Os três porquinhos, Aladim e a lâmpada maravilhosa, alguns contos de As mil e
uma noites, as várias versões de Chapeuzinho Vermelho: Capuchino Vermelho –
Charles Perrault, Chapeuzinho Vermelho – irmãos Grimm, Chapeuzinho Vermelho de
Raiva – Mário Prata, Chapeuzinho Amarelo – Chico Buarque (editado pela José
Olympio), Fita Verde no cabelo – Guimarães Rosa (editado pela Nova Fronteira), Lobo
bobo – Ronaldo Bôscoli e Carlos Lyra (música dos anos 60, cantada por João
Gilberto).
v Contos populares: A Velha Totonha, de
José Lins do Rego; Tio Barnabé e Tia Nastácia, de Monteiro Lobato.
v Obras de autores como Figueiredo Pimentel, Ruth Rocha,
Ricardo Azevedo, Joel Rufino dos Santos.
v Roteiro de entrevista.
v Fantoches, teatro de bonecos,
figurino típico.
v Almofadas, colchonetes.
v CD e DVD.
v Aparelho de som.
v Retroprojetor – lâminas ou data show.
v Sala de informática.
4-
Informação – para aprender mais
O primeiro passo é preparar toda a escola para
trabalhar com atividades que despertem no aluno o gosto pela leitura, cujo tema
é “Quem conta um conto aumenta um ponto... ou diminui... ou altera”. O professor
começa explicando aos alunos: “tomando-se ao pé da letra este ditado,
descortina-se o mundo dos contos populares. Contos que, como a própria
denominação diz, foram criados e narrados pelo povo, nasceram da oralidade e do
espírito inventivo de muitos. Não se pode atribuir a eles um único autor, mas
vários que, com suas ideias, contribuíram para alargar o campo da literatura
oral. Começamos esse trabalho pelo processo de criação do conto popular”.
O
ambiente da biblioteca deve ser preparado de forma agradável e prazeroso, com almofadas e
colchonetes. Os alunos podem ficar à vontade para ouvir histórias.
O
professor começa contando uma história: “Há muitos anos, ainda quando a vida amanhecia no planeta, o
homem já contava histórias ( narrava)”. Primeiro falava de seu cotidiano: seus
hábitos e seus revezes. Depois de um determinado momento, sentiu a necessidade
de dar conta de acontecimentos que escapavam a seu entendimento racional. Precisava
encontrar explicações tanto para fenômenos da natureza quanto para o fato de
ser quem era e de estar onde estava. Assim concebeu então, um conto maravilhoso
que, com seus elementos mágicos, explicava o que a razão desconhecia. Não se
sabe precisar se esse costume de contar histórias se instituiu como prática
social, porém, pode-se afirmar que é bem antigo e de ordem universal, ocorrendo,
portanto, em todas as civilizações, como vem sendo comprovado por diferentes
estudos etnográficos (explicar o termo). Nas comunidades populares, esses
contos eram e são, mesmo hoje, narrados, normalmente à noite, depois do
trabalho ou durante atividades de ritmo lento, como a pesca e a confecção de
renda, não só para relaxar e divertir, mas também para fazer as pessoas
refletirem sobre suas vidas pessoais e o contexto social em que estão inseridas.”
Explicar para os alunos que há fórmulas de frases e expressões que se repetem
em contos diferentes nas diversas sociedades, ao longo do tempo. Como por exemplo,
“era uma vez” os seus equivalentes no início das histórias, e da frase “viveram
felizes para sempre” no final. Por motivos, entendem-se temas, episódios,
que transitam, com variações, por versões de um mesmo conto ou por contos
diferentes ( inter-textualidade/relação entre os textos), como por exemplo, a
história de “João e Maria”. O motivo de seu abandono tem feições distintas: os
pais não têm dinheiro para alimentá-los e decidem deixá-los à mercê da sorte,
ou a madrasta, por ciúmes, convence o pai a abandoná-los (trabalhar a
contextualização/ realidade dos alunos / vida/ mundo). Criar um momento para
que os alunos possam ler “João e Maria”. Após a leitura, fazer uma mesa
redonda para falarem sobre a obra, trazendo para o mundo contemporâneo a
história.
5-
Outras Atividades: ouvir, contar e ler histórias: um prazer, uma aventura, um desafio
à lembrança
§ Os alunos deverão fazer uma entrevista
com os avós sobre as histórias, procurando recordar um mundo antigo que
quase não cabe mais nesse nosso mundo (rios azuis, ruas de barro, chapéus,
cavalos, lampiões, brincadeiras – balança caixão, cantinho, amarelinha, pedaço
de fita, pique - esconde, cabra-cega etc.).
§ Trazer alguns avós à escola para
contar histórias que eles guardam lá no fundo deles mesmos, a poeira encantada
de outros tempos. Em um outro momento, na biblioteca, todos à vontade, será
lido o Conto “Um avô e seu neto”. Nele vemos valorizada a memória, que tem a
figura do neto, o compromisso com a valorização da sabedoria enraizada pelos
inúmeros sujeitos ao longo da história.
§ Neste momento, o professor deverá
contar a história com emoção e prazer, mergulhar profundamente nos personagens, envolvendo os
alunos, fascinando e enchendo-os de encantamento.
6-
Serão trabalhados contos de fadas e contos maravilhosos
Com o
auxílio do retroprojetor ou data show, o professor explicará para os alunos a
diferença entre contos maravilhosos e contos de fadas.
Os contos maravilhosos vêm atravessando os tempos, são
identificados como formas distintas, em virtude de duas atitudes humanas por
elas expressas: a luta do eu, empenhado em sua realização interior profunda, no
plano existencial, ou em sua realização exterior, no plano social. No conto
maravilhoso são evidenciados questionamentos econômicos e sociais, isto
é, os problemas da sobrevivência em nível socioeconômico, ou problemas ligados
à vida prática, concreta, cotidiana. Essas narrativas sem a presença de
fadas – ainda que delas não se excluam elementos mágicos maravilhosos –
enfatizam aspectos materiais, sensoriais e éticos do ser humano: suas
necessidades básicas (estômago, sexo e vontade de poder), suas paixões.
Exemplos
de contos maravilhosos:
- O gato de Botas.
- Os três porquinhos.
- Alladim e a lâmpada maravilhosa.
- Muitos dos contos de As mil e uma noites, entre outros.
No conto
de fadas, transparece sempre a atitude mais voltada para a realização
interior das personagens, no plano existencial. Melhor dizendo, são narrativas
que tendo ou não a presença de fadas apresentam, em seu núcleo, a questão da
realização essencial do herói ou da heroína, geralmente ligada a alguns ritos
de passagem de uma idade para outra ou de um estado civil para o outro. Daí
porque guardam marcas simbólicas da puberdade e do início da atividade sexual.
Há sempre provas a serem vencidas para que o herói alcance sua realização
pessoal ou
existencial.
Essa realização tanto pode se revelar no encontro verdadeiro do eu, quanto na
conquista da pessoa amada.
Exemplos
de contos de fadas:
- A Bela Adormecida.
- A Bela e a Fera.
- Rapunzel.
- Cinderela.
- Branca de Neve, entre outros.
Atenção! O
professor deverá ter o cuidado de não utilizar os falsos moralismos. Iniciar a
trajetória de leitura com as versões originais dessas narrativas, passando
por Perrault e pelos irmãos Grimm – sem nos esquecermos de Andersen, que
escreveu belíssimos contos até a leitura de autores modernos e
contemporâneos.
Sugestão
de contos a serem trabalhados:
v Capuchino Vermelho – Charles Perrault.
v Chapeuzinho Vermelho – irmãos Grimm.
v Chapeuzinho Vermelho de raiva – Mário
prata.
v Chapeuzinho amarelo – Chico Buarque (editado
pela José Olímpio).
v Fita verde no cabelo – Guimarães Rosa
(editado pela nova Fronteira).
v Lobo Bobo – Ronaldo Bôscoli e Carlos
Lyra (música dos anos 60, cantada por João Gilberto).
Esses
contos serão ouvidos, contados, lidos. Serão propostas atividades
envolvendo produções de texto, focalizando a relação entre os textos (intertextualidade),
bem como a contextualização, chamando a atenção para o fato de que textos estão
vinculados aos problemas de sua época. É importante lembrar que de um lado há
aqueles que tentam impor normas e os valores de uma classe dominante, de outro os
que rompem essas normas e esses valores e propõem a autonomia do leitor. Os
primeiros constituem um tipo de literatura que podemos chamar de conformista.
Os outros configuram a literatura transgressora/ emancipacionista. Também os contos
fantásticos têm seu projeto ideológico, e cabe aos professores estarem bem
informados sobre os tempos e lugares, bem como das circunstâncias em que foram
recolhidos ou escritos. Da mesma forma, a linguagem utilizada nos contos
revela, muitas vezes, o período histórico em que se situa o texto e, ainda, o
modo como o autor incorpora ao seu texto características da cultura do seu
povo.
O
professor poderá explorar:
§ A presença de diferentes enunciadores
nos textos lidos, identificando as marcas linguísticas que sinalizam suas
vozes.
§ Distinguir fato de opinião.
§ As relações que organizam o conteúdo dos textos: tempo,
espaço, causa, finalidade, condição, oposição, conclusão, comparação, entre outras
e criar situações para que o aluno se posicione criticamente diante de um
texto, apresentando apreciações e valorações estéticas, políticas e
ideológicas.
7-
No terceiro momento, desenvolver o Cinema na Escola.
Os
alunos assistirão filmes relacionados aos contos de fadas e contos maravilhosos acima
citados. Serão promovidos debates regrados, produção de textos, ilustrações dos filmes, reconto das histórias por meio de massinha e
produção de vídeos para depois os alunos assistirem.
8-
Será desenvolvido o “Festival
do conto”
|
9-
Contar histórias
Recontar
ou criar contos ou textos dramáticos, atualizando a figura da bruxa e da fada,
do Lobo Mau, Joãozinho e Maria, etc.
10-
Fábulas _ Aquecimento para o tema ( alunos em círculo)
O
professor, explicará aos alunos que a fábula é um gênero textual que tem sua
origem tão remota que é difícil fixá-la, mas que foi Ésopo, no século VI a.C., na
Grécia antiga, o responsável por introduzi-la na tradição escrita. Muitos séculos
depois a escrita das fábulas foi retomada por diversos escritores do mundo inteiro,
sendo que, no século XVII, coube ao acadêmico francês La Fontaine o redimensionamento
e a renovação desse gênero tão antigo.
A
fábula é uma narrativa curta, que apresenta, via de regra, uma moralidade ao final:
essa moralidade, em última análise, é um provérbio, uma máxima reveladora de uma
visão estática de mundo, que expressa o senso comum. De modo geral, as personagens
são animais que assumem comportamento humano, revelando questões relacionadas
às relações éticas, políticas ou questões de comportamentos. A fábula é um
gênero que se encontra em praticamente todas as culturas humanas e em todos os
períodos históricos. Este caráter universal da fábula se deve, sem
dúvida, à sua ligação muito íntima com a sabedoria popular. Ela serve para ilustrar
um vício ou alguma virtude, e termina, invariavelmente, com uma lição moral. Até
hoje, quando terminamos de contar um caso ou algum acontecimento interessante ou
curioso, é comum anunciarmos o final de nossa narrativa dizendo: “moral da história”...
Pois é justamente da tradição das fábulas que nos vem esse hábito de querer buscar
uma explicação ou uma causa para as coisas que acontecem em nossa vida ou na
vida dos outros, ou tentar tirar delas algum ensinamento útil, alguma lição. A
grande maioria das fábulas tem como personagens animais ou criaturas imaginárias
( criaturas fabulosas), que representam, de forma alegórica, os traços de caráter
( negativos e positivos) dos seres humanos. Os gregos chamavam a fábula de apólogo,
e esta palavra também costuma ser usada para designar uma pequena narrativa que
encerra uma lição moral. A palavra latina fábula deriva do verbo “fabulare”,
“conversar, narrar”, o que mostra que a fábula tem sua origem na tradição oral
– aliás, é da palavra fábula que vem o substantivo português fala, e o verbo
falar. É muito provável que as fábulas que chegaram até nós, por meio da
escrita, tenham existido durante muito tempo como narrativas orais, o que faz
esse gênero remontar a estágios muito arcaicos da civilização humana. As
fábulas devem ter sido usadas com objetivos claramente pedagógicos: a pequena
narrativa exemplar serviria como instrumento de aprendizagem, fixação e
memorização dos valores morais do grupo. As fábulas proporcionam uma reflexão a
respeito do próprio determinismo formulado acerca da sabedoria prática,
questionando os padrões de comportamento e as relações de poder que
transparecem nessas narrativas. Por esse motivo, numa pedagogia da leitura,
quem trabalha com tal gênero de texto deve saber com clareza que questões colocar
para o ouvinte ou leitor diante das fábulas. Pode-se, por exemplo, estabelecer
um contraponto com textos mais contemporâneos (intertextualidade) ou mesmo,
estimular a produção de fábulas em que o comportamento das personagens seja
alterado.
Atenção! O
professor poderá aproveitar os temas das fábulas para explorar os temas
transversais.
Com os
alunos sentados em círculo, o professor poderá explicar-lhes que farão uma
pesquisa sobre os grandes escritores de fábulas. Lembrar que conhecer os
autores ajuda a compreender a leitura de suas fábulas. Em seguida será aberta
uma discussão a respeito do que descobriram. Como por exemplo: Na história do
Ocidente, houve grandes autores de fábulas. Na Grécia antiga, o mais famoso
deles foi Esopo, que viveu entre os séculos VII e VI antes de
Cristo.
Diz a tradição que Esopo era um grande contador de histórias, mas que não deixou
nenhuma fábula escrita. Suas fábulas foram registradas de forma literária mais
tarde, por outros autores. O mais importante deles foi o romano Fedro (15 a.C.
– 50 d.C.), que se declarava admirador e imitador de Esopo. Algumas fábulas de
Fedro, que se tornaram extremamente conhecidas são “O lobo e o cordeiro”, “A
raposa e o corvo”, “A raposa e os bois” e “A raposa e as uvas”.
No
século XVII, na França, viveu o mais importante fabulista da era moderna, Jean
de La Fontaine (1621 – 1695). Esse autor, além de compor suas próprias fábulas,
também reescreveu em versos franceses muitas das fábulas antigas de Esopo e de
Fedro. É dele a fábula mais conhecida de todo o Ocidente, “ A cigarra e a
formiga”. Nas escolas dos países de língua francesa, as fábulas de La
Fontaine são estudadas e aprendidas de cor pelas crianças, desde o início de
sua escolarização. Como La Fontaine escreveu suas fábulas metrificadas e
rimadas, elas são de difícil memorização.
Selecionar
fábulas como:
v A cigarra e a Formiga – La Fontaine
(versão).
v O lobo e o cordeiro/ A rã e os bois/
A raposa e as uvas/ A raposa e o cordeiro (de Fedro).
v Fábulas – Monteiro Lobato.
Com o
auxílio do retroprojetor, o professor apresentará aos alunos a Fábula “A cigarra
e a formiga” de Monteiro Lobato – I – A formiga boa e II - A formiga má e em seguida
a versão de La Fontaine. Explicar aos alunos que no texto I – “A formiga
boa” altera-se o determinismo do texto fonte, “A cigarra e a formiga”, na
versão de La Fontaine. Nessa última versão, a cigarra, que cantara durante todo
o verão, pede emprestado à formiga “algum grão, qualquer bocado, até o tempo
voltar”, mas, mesmo comprometendo-se a pagar-lhe o empréstimo com juros, a
formiga se nega
a prestar-lhe qualquer auxílio. Na versão II, Lobato se apoia no texto do autor
francês, mas acentua o caráter perverso da formiga e ressalta toda a
fragilidade, sofrimento e humildade da cigarra, com o claro intuito de que o
leitor dela se apiede, e com ela se solidarize. Os alunos lerão as fábulas
tradicionais e as recontarão para os colegas. Em seguida será lido o
livro de Monteiro Lobato “Fábulas”, em que ele reconta em prosa brasileira
moderna algumas fábulas antigas de Fedro, Esopo e La Fontaine, além de
apresentar algumas de sua autoria. Esse é, sem dúvida, um dos melhores livros
que existe no Brasil para a abordagem do gênero fábula em sala de aula.
11- O professor reproduzirá em sala
de aula o ambiente do Sítio do Pica-pau Amarelo
Personagens vestidos tipicamente narrarão a fábula do Sítio, inserindo
as animadas discussões que a fábula provoca no círculo de personagens que
povoam o sítio como Dona Benta, que narra as fábulas, representa a voz da tradição,
a opinião ponderada e refletida das pessoas já vividas. Tia Nastácia, representante
da sabedoria popular, também se mostra bastante inclinada a aceitar a moral das
fábulas. Pedrinho e Narizinho fazem comentários de acordo com seu espírito
irrequieto de crianças curiosas e dispostas a aprender, enquanto a irreverente Emília
tenta, a cada momento, contestar a lição de moral que a fábula encerra. Após a
apresentação, o professor deverá promover um debate regrado em torno de
temas como a solidariedade, a injustiça social, a vaidade, a ganância, o espírito
de vingança, o autoritarismo etc.
12-
Pedir aos alunos que escolham uma das fábulas lidas e façam uma
(paródia), transformando uma fábula em um conto.
Depois
de lidos e discutidos, fazer o varal de textos no corredor da escola para que
todos possam lê-los. Trazer para a sala de aula paródias de Jô Soares e Millôr
Fernandes para o conhecimento dos alunos. Promover uma discussão desses
gêneros textuais.
13-
Outra proposta de trabalho será explorar a partir das fábulas outro gênero textual
que são alguns provérbios populares
Explicar
aos alunos que as lições de moral de algumas fábulas muito conhecidas
acabaram por se tornar provérbios nas
línguas do Ocidente, muitas vezes até sem que a maioria das pessoas conhecesse
a fábula original. É o caso, por exemplo, de “quem desdenha quer comprar”
ou “quem ama o feio bonito lhe parece”. O primeiro, é a moral da fábula
da raposa que, vendo as uvas muito bonitas, mas fora de seu alcance, acaba
desistindo de apanhá-las, alegando que, na verdade, estão verdes. O segundo é a
conclusão da história da águia que devora os filhotes da coruja – como a coruja
tinha lhe dito que seus filhotes eram de uma beleza incomparável, a águia, ao
encontrar, num ninho, um punhado de criaturinhas muito feias, não hesitou em
comê-las, porque aqueles jamais poderiam ser os filhotes lindos de sua comadre
coruja. Aliás, é dessa mesma história que procede a expressão “mãe coruja” ou
“pai coruja”, para designar os pais que não vêem defeitos nos próprios filhos.
§ Promover uma gincana na escola sobre
os provérbios e em seguida produções de textos verbais e não verbais e
confeccionar um mural a respeito desse gênero textual.
14-
Outra proposta de trabalho com as fábulas será a produção de um livro feito pelos
alunos
§ Inicialmente o professor selecionará
e apresentará várias fábulas, usando procedimentos didáticos diversos, como,
por exemplo, o de pedir aos alunos que leiam uma fábula que ainda não conhecem,
dêem um título a ela, ou coloquem uma outra moral.
§ O professor deverá orientar a
preparação de leituras em voz alta etc.
§ Posteriormente, o professor pedirá a
reescrita de algumas fábulas lidas, após ter garantido que os alunos as tenham
memorizado.
§ Se os alunos não conseguirem ler
convencionalmente, o professor para a atividade e escreve uma das fábulas no quadro, enquanto
eles contam oralmente uma das fábulas escolhidas.
§ O professor pode propor nesse
momento, a ilustração das fábulas para, depois, compilá-las em um livro a ser
presenteado aos pais.
§ O professor pode ainda, dar
continuidade a esse projeto de trabalho, depois de estar seguro de que os
alunos têm alguma intimidade com este gênero, sugerindo a criação de fábulas a
partir da sugestão de um título como “O elefante e a formiga”, ou de alguma
moral “Quem gasta pouco, muito tem”.
§ Será interessante que nesse processo
de criação, seja incentivado o trabalho em duplas de alunos, assim como o
trabalho com algumas versões, antes de se chegar à versão final, que fará parte
do livro de fábulas.
§ O final desta oficina poderia ser a
leitura de fábulas desse livro para os alunos de outras séries ou, para os
pais, em uma noite de autógrafos.
15-
INFORMÁTICA
● Levar os alunos para o laboratório de informática para que
possam pesquisar na internet: autores dos contos clássicos e fantásticos.
●
Pesquisar sobre lendas e crônicas.
● Utilizar
o editor de textos para produzir textos relacionados com as obras lidas.
●
Pesquisar letra de músicas e filmes que tenham relação os livros lidos.
●
Participar de fóruns que abordam os livros lidos e outros.
●
Pesquisa sobre as versões das fábulas.
● Enviar
e-mails entre colegas e professores ( comentários sobre leitura, livros, autores,
filmes, pinturas, músicas, etc.).
16-
Planejamento coletivo – Educação física concomitantemente, o professor de educação física desenvolverá:
- O teatro de bonecos a partir das fábulas estudadas;
- O cinema na escola, filmes que tratam dessas histórias ( clássicos da literatura).
- Festival do conto;
- Concurso de provérbios.
- Propor atividade para explorar a magia da cultura popular,
- na literatura e na MPB, etc.
17-
Pintura
●
Criar na escola momentos para que os alunos utilizem a pintura
ou
desenhos para expressarem o que leram.
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